Entrevista do OPCM à Tilray

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Dia 19 de janeiro de 2022 Rita Barata Country Manager e Head of Marketing e Rúben Catarino Medical Science Liaison Manager Portugal da Tilray Portugal responderam a questões que muitos doentes gostavam de ver esclarecidas. O OPCM agradece a clareza com que nos esclareceram muitas das dúvidas e a disponibilidade demonstrada. Percebemos que dar acesso à terapêutica com canabinóides aos doentes em Portugal é um objetivo primordial e conseguir uma aprovação de um ACM é sem dúvida uma garantia de qualidade e segurança farmacológica.

Sabemos que a Tilray tem outros produtos aprovados em outros países gostaríamos de saber se os pensam em submeter a um ACM? Se já o fizeram? Qual a forma de administração? Que concentrações?

Enquanto empresa farmacêutica, pioneira global na produção, investigação e desenvolvimento de preparações e substâncias à base da planta da canábis para fins medicinais, é nossa prioridade garantir que as soluções terapêuticas que desenvolvemos possam estar disponíveis. Trabalhamos diariamente com o propósito de garantir o acesso das nossas preparações e substâncias à base da planta da canábis para fins medicinais possam estar disponíveis para prescrição médica e posterior dispensa em farmácia comunitária e estamos a fazer todos os esforços para que os produtos que estão atualmente disponíveis em outros países da Europa possam também estar disponíveis em Portugal.

Relativamente à comparticipação do vosso produto à base da planta da Canábis, que diligências foram tomadas por vós?

A Tilray entende que as preparações e substâncias à base da planta da canábis são, nos termos da lei, comparticipáveis tal como qualquer outro medicamento. Estamos atualmente em contacto com a Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde, I.P. (Infarmed), por forma a iniciar um procedimento tendente à comparticipação do produto que obteve Autorização de Colocação no Mercado no passado mês de abril. Tratando-se de uma realidade nova tem havido alguma demora no início do procedimento.

Que obstáculos têm encontrado junto da comunidade médica, do SNS (hospitais, centros de saúde e mesmo nos privados), relativamente à entrada na farmácia do vosso produto autorizado pelo Infarmed, I.P.?

Como acontece no lançamento de qualquer nova classe terapêutica ou produto farmacêutico, existe sempre interesse, curiosidade e claro algum receio por parte dos profissionais de saúde. Não creio que possamos falar de obstáculos, mas antes do desconhecimento normal pelo facto dos canabinóides não fazerem parte do arsenal terapêutico dos profissionais de saúde até ao início deste ano, e ainda antes da prática clínica, não ocuparem também uma parte relevante dos planos curriculares, na maioria das Universidades. Claro está, que para além da formação existem sempre outros aspetos, muitas das vezes relacionados com sistemas de prescrição, distribuição ou dispensa em Farmácia Comunitária, que são muitíssimo relevantes e que sempre fizeram parte das nossas prioridades, por forma a minimizar possíveis constrangimentos no acesso à terapêutica pela qual somos responsáveis. Sendo esta uma substância controlada, existem inúmeros aspetos de segurança que têm de ser garantidos. Apesar de existirem outras substâncias controladas no mercado, existem regras específicas para as preparações e substâncias à base da canábis para fins medicinais que têm impacto por exemplo ao nível da sua distribuição. Para tratar desse tópico, foi fundamental conversar com a Associação de Distribuidores Farmacêuticos. Já no que à dispensa em Farmácia diz respeito, tratando se de um novo produto, é também fundamental que a informação circule por todas as farmácias nacionais, possibilitando o acesso uniforme a todas as equipas. Estabelecemos também uma parceria com a Associação
Nacional de Farmácias, para que nos ajudasse nessa tarefa.
Como temos vindo a defender, e à semelhança do que acontece sempre que é disponibilizado um novo produto farmacêutico, acreditamos que a formação de todos os profissionais de saúde que possam de forma direta ou indireta manusear estes produtos, é fundamental para que os mesmo sejam utilizados com a máxima segurança e eficácia.

Que iniciativas formativas têm sido diligenciadas por vós, na formação dos clínicos e profissionais de saúde, no combate à desinformação, no combate ao estigma? Que iniciativas perspetivam para o futuro?

Desde o início a formação de profissionais de saúde tem sido uma prioridade para a Tilray. Temos organizado várias iniciativas e formações, desde a participação em congressos médicos, ao desenvolvimento de atividades conjuntas desenvolvidas entre o departamento médico da Tilray e algumas sociedades cientificas nacionais. Para além disso, o nosso Departamento Médico tem realizado sessões clínicas, regularmente. Ainda antes de termos a nossa primeira ACM desenvolvemos em parceria com a Associação Portuguesa de Jovens Farmacêuticos e a Ordem dos Farmacêuticos uma série de conferências digitais com o objetivo de promover a capacitação dos Farmacêuticos sobre a canábis para fins medicinais, através do debate interdisciplinar com o envolvimento da sociedade civil. Posteriormente, foram realizadas formações em parceria com, por exemplo, a Associação Portuguesa para o Estudo da Dor (APED) e com a Associação Portuguesa de Cuidados Paliativos (APCP).

FONTE: OPCM